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quarta-feira, 30 de abril de 2014

Sobre o Leite e seus efeitos (IL x APLV)

O leite é um alimento muito comum e amplamente utilizado no nosso dia-a-dia, mas para algumas pessoas ele pode ser um pesadelo devido a reações causadas pela sua ingestão, que podem ser decorrentes de: Intolerância à Lactose ou Alergia à Proteína do Leite. Embora ambas tenham em comum o alimento que as causa, os mecanismos são diferentes e os cuidados também são específicos para cada caso. Por isso, acho legal entender um pouco mais sobre a IL e a APLV. Vou focar mais na IL porque é o que eu tenho e por isso acabo me interessando mais, mas vou dar uma “pincelada” na alergia a proteína do leite para explicar as diferenças.

O texto ficou um pouco grande, mas acho que vale a pena ler até o final. Para quem chegar lá tem uma curiosidade (in)útil.

– Antes de qualquer coisa, quero deixar claro que não sou médica, nutricionista, nem sou de qualquer profissão da área de saúde. Todas as informações contidas nessa postagem (e em outras desse blog) se baseiam nas minhas experiências de intolerante a lactose, pesquisas na internet e em livros, conversas com profissionais e conversas com outras pessoas que possuem intolerâncias alimentares. De forma alguma, essas informações substituem o acompanhamento ou orientação médica. Além disso, eventuais correções ou novas informações são bem-vindas –


Entendendo a IL

O que é a lactose?
A lactose é o “açúcar” do leite. É um carboidrato formado pela junção de dois carboidratos menores: glicose e galactose.

E o que é a intolerância à lactose?
A IL acontece quando o organismo não produz ou produz em quantidade insuficiente a enzima lactase, que é a responsável por digerir a lactose, quebrando-a em glicose e galactose.



Fonte da imagem: 
http://www.wiley.com/college/boyer/0470003790/cutting_edge/lactose_intolerance/lactose_intolerance.htm


A glicose e a galactose, que são carboidratos simples, são absorvidas para a corrente sanguínea e daí em diante desempenham suas funções no organismo. A lactose, por outro lado, por ser um carboidrato mais complexo, não é absorvida em sua forma natural e permanece no intestino se não for “quebrada” através da ação da lactase. Com isso:

- O intestino torna-se um ambiente hipertônico, o que faz com que água seja absorvida para dentro dele através da osmose. O excesso de água acaba por causar a diarreia.

- A lactose é fermentada por bactérias presentes na flora intestinal, e nesse processo são gerados gases e ácidos orgânicos.  O excesso de gases produz a sensação de inchaço, flatulência, dores abdominais, entre outros sintomas de má digestão.

E por que o organismo não produz lactase?
Bom, pelo que tenho pesquisado, a incapacidade do organismo em produzir lactase pode ser resultante de doenças intestinais que tenham danificado a mucosa do intestino e com isso, as células responsáveis pela produção da lactase  (chamado de IL secundária), ou pode ocorrer uma diminuição natural da produção de lactase ao longo da vida, determinada por fatores genéticos (chamado IL primária).

Na secundária, normalmente a intolerância é temporária e a produção de lactase é reestabelecida após a recuperação dessas células. Dependendo da gravidade do caso, entretanto, pode ser que o dano seja permanente.

Na primária, o quadro provavelmente é permanente, mas é comum que pequenas quantidades de lactose sejam toleradas. Essa quantidade varia de pessoa para pessoa e mesmo para cada indivíduo pode variar ao longo do tempo, pois fatores como o estado emocional, qualidade de vida e alimentação influenciam a quantidade de lactase produzida.

Quais são os principais sintomas?
Alguns desconfortos causados pela IL são:

- Diarreia (ou às vezes constipação)
- Dor abdominal;
- Inchaço abdominal;
- Gases / Flatulência;

E o que pode ser feito para melhorar a IL?
A forma mais simples que aprendi: parar de consumir lactose. A IL não vai sumir, mas o desconforto vai. Nesse ponto, é importante cada um testar seus limites, pois enquanto algumas pessoas, mesmo com IL, ainda podem consumir pequenas quantidades de leite e derivados sem apresentar desconforto, outras apresentam reações fortíssimas mesmo com a ingestão de quantidades mínimas.

Utilizando meu caso como exemplo: ao descobrir minha IL eu cortei da minha alimentação basicamente o leite em si, sorvetes cremosos, leite condensado e creme de leite, mas conseguia comer tranquilamente queijos, manteiga e bolos ou pães produzidos com leite (sem excessos, claro). Recentemente, percebi que minha tolerância diminuiu e esses itens já não são mais tão inofensivos pra mim. Será que eu vou poder voltar a consumir pequenas quantidades de lactose sem problemas? Pode ser, pois no momento estou em uma fase crítica, inclusive investigando outros possíveis problemas além da IL, mas isso eu só descobrirei com o tempo.

Além disso, há a opção da ingestão da enzima lactase (encontrada atualmente em pó ou em comprimidos, mas depois falo dela com mais detalhes) junto com o consumo de produtos que contenham lactose para que ela atue na digestão, como nossa própria lactase atuaria, se fosse produzida pelo organismo em quantidade suficiente. Embora haja uma medida que indica o quanto de lactose pode ser consumida depois de cada dose, o que eu aprendi na prática é que  também nesse caso é importante cada um testar e conhecer seu limite para garantir que não irá passar mal, pois uma pessoa que produz pouca lactase precisará suplementar menos do que outra que não produz nenhuma lactase, por exemplo. Atualmente, a alguns alimentos lácteos, é adicionada a enzima durante o processo produtivo, de forma que eles já chegam ao mercado sem lactose ou com lactose reduzida.

O uso de probióticos (alimentos que contém micro-organismos vivos em sua composição) também beneficia os intolerantes a lactose, pois além de promover o equilíbrio da flora intestinal e consequente integridade das células do intestino, as bactérias benéficas ao organismo, contidas nos probióticos usam a lactose (dentre outras coisas) em seus processos naturais, consumindo parte desse carboidrato que permaneceria no intestino.

Mas é sempre muito importante que qualquer diagnóstico e consequente tratamento seja orientado e acompanhado por um profissional qualificado para tal. 



Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV)

A alergia a proteína do leite de vaca é uma reação do sistema imunológico que identifica a proteína do leite como uma substância estranha e produz anticorpos e/ou células inflamatórias para combatê-la. Em decorrência dessa reação, a pessoa pode apresentar sintomas gastrointestinais (cólicas, diarreia, vomito, dificuldade para engolir, entre outros), de pele (coceira nos olhos e na pele, urticária, inchaço de olhos e lábios, etc), respiratórios (coriza, obstrução nasal, tosse, respiração difícil) ou gerais (baixo ganho de peso, anafilaxia, que em casos graves pode culminar com o fechamento da garganta).

No caso da alergia, às vezes a reação ocorre especificamente com a proteína do leite de vaca e a pessoa pode não ter reações com outros leites animais (como o de cabra ou outro), entretanto, como as proteínas não são tão diferentes assim, é comum que qualquer leite animal desencadeie a reação e por isso é muito importante orientação e acompanhamento médico.

Para quem tiver interesse em saber mais sobre a APLV, essa cartilha é muito boa. Foi de onde tirei a maioria das informações sobre APLV e é bem mais completa do que minha breve descrição: 
http://www.alergiaaoleitedevaca.com.br/_download/folheto_aplv_escolas.pdf


IL x APLV

Os sintomas às vezes são confundidos, pois os distúrbios gastrointestinais podem ocorrer em ambos casos, entretanto os motivos pelos quais ocorrem são diferentes e enquanto a IL se restringe a esses sintomas, a APLV pode ter vários outros, como citados anteriormente.

A regra básica para os cuidados é que no caso da APLV, é necessário que o leite de vaca seja completamente excluído da dieta pois até pequenos traços podem desencadear a reação alérgica. Já na IL, produtos elaborados com leite, mas com zero ou baixa lactose (dependendo do nível de intolerância) podem ser consumidos e normalmente também não é necessário se preocupar com a contaminação cruzada, ou traços de leite, pois isso não causa desconforto (exceto em casos muito graves).

Quem está buscando mais informações sobre a contaminação cruzada com leite, pode também consultar a cartilha que mencionei acima, que contém várias orientações e dicas para evitar que isso aconteça.

Outra informação interessante é que a APLV é mais frequente em crianças e rara em adultos, pois é comum sumir conforme as crianças crescem e a IL é muito mais comum em adultos e idosos do que em crianças. Estima-se que cerca de 70% da população adulta seja intolerante a lactose em algum nível.

Bom, espero que esse texto ajude esclarecer algumas dúvidas. Mas antes de finalizar, um momento de descontração com uma curiosidade bombástica extraída do blog Gastroenterologia Pediátrica e Nutrição 
(http://gastropedinutri.blogspot.com.br/2014/02/intolerancia-lactose-historia-genetica.html): 

“A Foca, Zalphus californianos, constitui uma exceção entre os mamíferos, posto que seu leite não possui Lactose e nenhum outro carboidrato, e a glicose encontrada no sangue dos filhotes durante o período da amamentação é derivada primariamente do glicerol da gordura do leite da foca.”

Agora que acabei de descobrir isso, por favor, “alguém me amassa, porque tô passada”!

Pesquisando um pouco mais sobre essa curiosidade que me intrigou bastante, achei esse site 
(http://www.wiley.com/college/boyer/0470003790/cutting_edge/lactose_intolerance/lactose_intolerance.htm)
que diz que além das focas, outros mamíferos marinhos como as morsas e leões marinhos também produzem leite sem lactose, devido à falta de uma substância necessária para síntese da lactose quando o leite está sendo produzido. 

O mesmo site ainda relata que em 1933, um bebê morsa que estava sendo transportado do Alasca para a Califórnia foi alimentado com leite de vaca e apresentou diarreia grave, pois esses animais não produzem lactase, já que não consomem lactose. 
**Tadinho do bebê morsa**


Manhêêêêêêê, tô com dor de barriga!

Então amigos, vemos que não estamos sós na natureza. Focas, morsas e leões marinhos aparentemente nos acompanham na IL!

Se é mesmo assim, eu não sei dizer. 
Aqui http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2364254 aparece um pequeno percentual de lactose no leite de uma determinada espécie de foca, mas controvérsias a parte, achei bem interessante. Alguém sabe mais sobre esse assunto?

E aliás, onde compra leite de foca, de morsa ou de leão marinho? Se eu não descobrir, terei que fazer como o Mussum? =P




Abraço a todos!

domingo, 27 de abril de 2014

E enquanto houver bacon e geleia, haverá alegria...

O título é uma brincadeira e homenagem a dois alimentos que, desde criança até hoje, me enchem os olhos, me dão água na boca e, por fim, me deixam feliz. Os dois são naturalmente sem lactose e sem glúten e fiquei então pensando: o que há para se lamentar enquanto há bacon e geleia no mundo?



É que o normal ao descobrir uma intolerância alimentar é imediatamente lembrar das coisas que terão que ser excluídas da dieta. Acho que qualquer um que começa a restringir lactose (ou glúten, ou qualquer alimento) pensa: 

"Mas não vou mais poder comer brigadeiro, doce de leite, macarronada, etc?" :´(

Claro que não é 100% assim, existem as versões sem lactose ou sem glúten dessas comidas, aliás, é para testar essas e outras que o blog está aqui. Mas a resposta para a versão "tradicional" a qual estamos habituados ainda é "não" ou, pelo menos, "não com frequência" (dependendo do nível da intolerância).

E hoje, pensando no meu bacon e na minha geleia eu resolvi olhar o outro lado. Porque não lembrar das comidinhas, pratos e produtos que sempre adoramos e que podemos continuar comendo sem medo de ser feliz?

Eu preparei uma listinha de algumas coisas que sempre gostei, no nível de comer até me dar conta que já está todo mundo me olhando com cara de: "sério que cabe tudo isso dentro de você?", quase que nem o Joey de Friends, e que são naturalmente sem lactose e glúten:

Joey, concordo com você em relação à geleia! =)

- Bacon crocante (bacon é vida!)
- Geleias (de morango então...)
- Pipoca
- Feijoada (com arroz,couve, banana cozida e torresmo, eu até choro de alegria)
- Péla Égua (ou canjinquinha) com costelinha de porco
- Moqueca (camarão, sururu, peixe e o que mais quiser colocar dentro eu aceito!)
- O tradicional arroz com feijão, um bife acebolado e salada
- Churrasco (com arroz, vinagrete e feijão tropeiro, claro, um torresminho por cima)
- Goiabada
- Mariola
- Doce de jaca (doce de velho, mas adoro!)
- Doces de figo, mamão, pêssego e basicamente qualquer compota ou doce cristalizado

Sou uma pessoa muito light, né. Só comida leve! Então para finalizar e não ficar feio pro meu lado, alguns alimentos que, para mim, desafiam a teoria do "tudo que é gostoso, faz mal":

- Brócolis
- Grão de bico
- Lentilha
- Morango
- Melancia

E você, já parou para pensar nas coisas que você gosta de comer e que não são atingidas pela restrição alimentar? Não se esqueça delas! 

=)



segunda-feira, 21 de abril de 2014

Alfarroba na Páscoa sem Lactose

Oi Pessoal,

Nessa páscoa ganhei do melhor namorado do mundo esse ovo da Carob House de alfarroba com coco, que achei muito gostoso.




Eu já tinha consumido os produtos da Carob House antes, inclusive a barrinha de alfarroba com coco que dá origem a esse ovo e para quem ainda não conhece, deixo aqui minha opinião sobre a alfarroba, de forma geral.

Bom, eu experimentei a alfarroba pela primeira vez achando que ia ter gosto de chocolate porque tinha visto, em vários lugares, pessoas comentando que nem conseguiam sentir diferença entre os dois. Cansei de ler que o bombom de alfarroba com coco, por exemplo, e o famoso chocolate prestígio eram idênticos.

Cada um tem sua opinião, mas para mim alfarroba tem gosto de alfarroba, simples assim. E eu acho gostoso! Pode ser que tenha os mesmos usos do chocolate, mas o sabor, na minha opinião, é diferente. Acho importante deixar isso claro, porque a expectativa que criamos pode interferir, e muito, na percepção do produto.

Só para contextualizar, eu confesso que sou chata com essa história de sabor. Sempre gostei muito de Coca-Cola (que hoje em dia tomo pouco), por exemplo, e me consome por dentro ouvir alguém dizer que não há diferença entre a Coca Light, ou a Zero, ou a Pepsi ou o que quer que seja e a "Original". Gente, não estou dizendo que uma é melhor do que a outra...o sujeito pode dizer que prefere a Light, a Zero ou a Pepsi e eu acho justíssimo. Cada um sabe o que agrada seu paladar, mas daí a dizer que não tem diferença de uma para a outra, é simplificar demais as coisas. Até o cheiro é diferente!

Mas voltando à alfarroba, a Carob House oferece várias opções e já provei as gotas de alfarroba, as barrinhas com coco e com banana e o meu favorito de todos os tempos: o creme de alfarroba com avelã, que é incrivelmente saboroso. Gostei de todos e acho que vale a pena testar, mas deixo minha dica: não experimente esperando o sabor de chocolate, experimente esperando conhecer um novo produto e um novo sabor e deixe seu paladar te guiar para saber se você gosta ou não.



Creme de alfarroba com avelã sendo usado para "gordice" junto com o biscoito Aruba

P.S: A alfarroba é a vagem comestível da alfarrobeira, que é uma árvore da costa do mediterrâneo. O grão dessa vagem, torrado e moído é que é usado para elaborar os produtos que consumimos. Por ser naturalmente adocicado, os produtos de alfarroba normalmente não necessitam de adição de açúcar. Todos os produtos que mencionei acima são sem lactose, sem glúten e sem açúcar.


domingo, 20 de abril de 2014

Bolo de Cenoura Fofinho

Olá amigos,

Hoje é Páscoa, então antes de qualquer coisa: Feliz Páscoa!
E para combinar com os coelhinhos que costumam passar nesse dia, nada melhor do que um bolo de cenoura bem fofinho!



Bolo de Cenoura com cobertura de Chocolate
Fonte: Ligeiramente adaptada do Sem Glúten, Sem Lactose

Ingredientes:
- 2 cenouras médias picadas
- 1 xícara de óleo
- 3 ovos
- 1 e 1/2 xícara de açúcar
- 2 xícaras de farinha sem glúten (usei o mix da marca Aminna, que contém farinha de arroz, fécula de mandioca e estabilizante)
- 1 pitada de sal
- 2 colheres de sopa de fermento em pó

Modo de fazer:
Bater as cenouras picadas, o óleo e os ovos no liquidificador. Transferir para uma tigela e misturar os demais ingredientes. Bati na mão mesmo, mas pode também usar a batedeira ou mesmo bater tudo no liquidificador se o seu aguentar massas mais pesadas (o daqui de casa já está meio capenga, tadinho). Colocar em uma assadeira de cerca de 20x30cm untada (usei a Becel da tampa azul, que não tem lactose) e enfarinhada (usei o mix da Aminna) e levar ao forno pré-aquecido a 180ºC por uns 40 minutos, mas não esqueça do teste do palito pra ver se está bom!

Cobertura de Chocolate:
- 1 colher de sopa de cacau em pó
- 2 colheres de sopa de açúcar
- 1 colher de sopa de creme vegetal sem lactose (Becel da tampa azul)
- 1 colher de sopa de água

Levar tudo ao fogo, deixar levantar fervura e ainda mais uns 3 minutos no fogo depois disso, sempre mexendo. Espalhar por cima do bolo ainda quente. Eu costumo furar o bolo com um garfo antes disso para a cobertura entrar nele, o que não o deixa  muito bonito, mas o deixa mais gostoso, sem dúvida.

Para decorar fiz algumas "cenourinhas" de uma massa de leite de soja em pó. São comestíveis, mas não diria que ficaram gostosas, então quando eu acertar uma decoração mais gostosa, eu compartilho. =)


sábado, 19 de abril de 2014

Macarronada com Queijo Ralado. Pode isso, Arnaldo?

A regra é clara: se não tiver glúten nem lactose...pode!

Macarronada com molho de bacon e linguiça de churrasco

A postagem de hoje é para mostrar alguns produtos que possibilitam essa combinação, aprovados no teste de sabor aqui em casa.

- Macarrão de arroz da marca "Urbano"
- Macarrão de milho da marca "Tivva"
- Queijo pecorino sem lactose da "Casa da Ovelha", nas versões fresco e maturado por 180 dias.

No primeiro round de macarronada, há alguns dias, usei o macarrão de arroz "Urbano", fiz uma carne em cubinhos cozida com molho de tomate e cenoura e usei o queijo pecorino "Casa da Ovelha" fresco. 

Encontrei o pacote de 500g desse macarrão por R$3,90 no Empório Nutri, em BH e resolvi testá-lo. Achei muito gostoso, a textura e sabor são agradáveis e não deixam nada a desejar em relação ao macarrão comum. Na verdade, a única diferença foi que eu achei o sabor dele mais suave / neutro (digamos assim, um pouco mais "aguado", mas não de forma ruim) do que o da massa de trigo. Ele é um macarrão mais simples, o que é compatível com o preço dele. Quando comparado às massas mais chiques, ele fica um pouquinho atrás na qualidade, mas convenhamos, quando é que se acha uma massa chique, mesmo de trigo, por esse preço? Foi aprovado!





No segundo round, hoje, meu irmão assumiu a cozinha (e alíás, o molho com bacon e linguiça de churrasco dele deu de 10 a 0 na minha humilde carne cozida, fico devendo a receita) e fez, especialmente pra mim, uma porção do macarrão de milho da "Tivva". Também achei essa massa muito gostosa, textura e sabor próximos do macarrão tradicional. Dá pra sentir um gostinho de milho no fundo, o que me agradou. Aprovado também!
O pacote de 500g custa em torno de R$6,00.





Em relação aos queijos, a "Casa da Ovelha" dá show. Tanto o pecorino fresco quanto o 180 dias são fantásticos. O maturado é mais apropriado para ralar, pois o fresco é bem macio e o sabor do maturado também fica melhor com a macarronada, mas os dois são realmente muito gostosos. A empresa oferece também queijos com outros períodos de maturação, mas ainda não provei. A parte ruim desses queijos é o preço, custa em torno de R$20 o pedaço com 100g. Então para não entristecer o bolso enquanto a pança se alegrava, tentei usar com parcimônia.

Obs: Os queijos são sem lactose, mas elaborados a partir de leite de ovelha. Para quem tem alergia à proteína do leite, é preciso verificar se pode ser consumido.



quarta-feira, 16 de abril de 2014

Cupcake de Chocolate com Recheio de Brigadeiro

Oi Pessoal,

A receita de hoje me deixou muito orgulhosa. Eu já tinha testado alguns bolos de chocolate sem glúten e ainda não tinha achado nenhum que me deixasse realmente satisfeita com o resultado. Agora cheguei em uma receita!

A ideia de usar a farinha de mandioca para um bolo veio do livro "Autismo Esperança pela Nutrição" da Cláudia Marcelino, que tem uma bela história e escreve o blog Cozinha sem glúten e sem leite. No livro era um bolo de coco, que aliás fica muito bom, e como gostei bastante da textura dele quando provei, pensei em partir daí para fazer meu bolo de chocolate, que no fim das contas virou cupcake e ganhou recheio de uma versão da "calda de brigadeiro da Mírian", que apareceu no fantástico Diário de Receitas sem Lactose.

Cupcakes de Chocolate com Recheio de Brigadeiro


Massa
Ingredientes:
- 2 e 1/2 colheres de sopa de creme vegetal (usei a Becel da tampa azul, que não tem lactose)
- 1e 1/4 de xícara de açúcar
- 2 ovos (as claras batidas em neve)
- 100 ml de leite de coco
- 1 xícara de farinha de mandioca peneirada (quanto mais fininha for a farinha, melhor)
- 1/2 xícara de cacau em pó
- 1/2 colher de sopa de fermento em pó
- 1/2 colher de café de sal

Modo de fazer:
Bater o creme vegetal com o açúcar até virar um creme. Acrescentar o leite de coco, as gemas, a farinha de mandioca (não se esqueça de peneirar!), o sal e o fermento e bater. Por fim, incorporar as claras em neve.
Colocar nas forminhas de cupcake, até atingir cerca de 2/3 da altura, ou em uma assadeira untada se preferir um bolo tradicional, e levar ao forno a 180°C. Os meus assaram por exatos 17 minutos, mas é sempre bom fazer o teste do palito.

Antes e depois de ir ao forno

Cobertura / Recheio de Brigadeiro
Ingredientes:
- 100 ml de leite de coco
- 1/2 xícara de açúcar
- 1/2 xícara de cacau em pó
- 1 colher de sopa de fécula de batata (ou amido de milho)

Modo de fazer:
Dissolver a fécula de batata em um pouco do leite de coco. Juntar os demais ingredientes e levar ao fogo até engrossar. Nesse ponto, ele é uma calda, deixe na geladeira de um dia para o outro para engrossar um pouco.

Agora senta que lá vem história...

No dia seguinte, bati o "brigadeiro" na batedeira para deixá-lo mais aerado porque minha intenção era fazer uma cobertura fofa (tipo ganache) para cobrir os cupcakes. E funcionou...por um breve tempo.

Brigadeiro (antes de bater) e "Ganache" (depois de bater)

Deu até para fazer uma graça na decoração, mas depois de alguns minutos fora da geladeira, a "ganache" derreteu. =/


Mas como na cozinha tudo se transforma, meus cupcakes ganharam um delicioso recheio de brigadeiro e uma camada fina de cobertura, só para finalizar. Problema resolvido! E olha que eu não me lembro nunca de ter resolvido um problema de maneira tão gostosa como essa. =P



Ainda vou continuar procurando uma cobertura bacana para decorar meus cupcakes, mas essa receita, mesmo saindo diferente do que eu esperava, me deixou muito feliz.

E para quem quer a versão só sem lactose, acho que dá para usar a farinha de trigo na mesma quantidade, mas tem que testar. De qualquer forma, eu gostei do toque da farinha de mandioca.

P.S: A calda é coringa e se for deixá-la mais fina, como calda mesmo, pode usar menos fécula/amido.

=)

domingo, 13 de abril de 2014

Panqueca de 2 ingredientes

Essa receita é tão fácil, mas tão fácil de fazer que melhor do que isso, só dois disso!

Serve para fugir da lactose e do glúten e também para um café da manhã delicioso sem muito esforço. Dá menos trabalho do que colocar a roupa para ir na padaria comprar pão!

Panqueca de 2 ingredientes
Fonte: Livro 30-Minute Paleo Dessert Recipes

Ingredientes:
- 1 banana bem madura
- 1 ovo
- 1 colher de sobremesa de mel (opcional)

Opa, mas não eram 2 ingredientes só? Então, é isso mesmo...A receita original pede uma banana bem madura e ovo, só! Mas a banana que tinha aqui em casa não estava tão madura assim e a fome matinal não espera banana nenhuma amadurecer, né! Então usei o mel para adoçar um pouco mais e achei que ficou bom, mas acredito que usando a banana mais madura não seja mesmo necessário acrescentá-lo. Fica como opção.

Modo de fazer:
Amasse a banana com um garfo, acrescente o ovo e bata bem, até formar algumas bolhas. Se quiser adicionar o mel, é só bater junto.
Esquente uma frigideira e coloque um pouco de óleo para a panqueca não grudar. Adicione a massa da panqueca e deixe uns 3 minutos ou até as bordas começarem a secar e depois vire e deixe mais uns 2 minutos. O tempo varia dependendo da espessura da panqueca e da temperatura da frigideira, mas essa massa queima bem rápido então dê preferência a panquecas mais finas, senão o fundo queima enquanto o meio ainda está cru.

Preparo

Uma receita rende uma panqueca grandona e alta (mas cuidado para não queimar!) ou umas 3 panquecas menores e mais fininhas.

Na minha primeira tentativa, fiz a panqueca mais alta e o fundo ficou queimado, acho que dá pra ver na foto. Não chegou a dar gosto ruim, mas ficou feio.
Cortei ao meio para servir porque panqueca pra mim tem que ser empilhada...e só tinha rendido uma =/

Panqueca grande e alta

Na segunda tentativa, mudei para uma frigideira menor e deixei a massa mais fina. Sucesso total! =)

Panquecas menores e mais finas

Já estou sonhando com as variações que posso fazer: adicionar gotas de chocolate, uvas passas, castanhas...uhmm!

Dica: Passe um pouco de óleo na colher antes de medir o mel, assim não fica nada grudado!


sábado, 12 de abril de 2014

Bolo de milho e fubá

Estava pensando em um bolinho fácil para estrear as receitas do blog, porque afinal bolo é tudo de bom!

Me lembrei então de uma receita que além de deliciosa, é muito prática. Essa delícia veio do Panelaterapia e a receita original já era sem glúten então bastou uma pequena adaptação para ficar também sem lactose.

É tão simples e tão gostosa que dá vontade de fazer toda hora. =)




Bolo de milho e fubá
Fonte: Receita adaptada do Panelaterapia

Ingredientes (use a lata de milho como medida):
- 2/3 de uma lata de milho verde (com a água)
- 1/2 da lata de óleo
- 1 garrafinha de leite de coco (200ml)
- 2/3 da lata de açúcar (usei metade da medida de açúcar demerara e metade açúcar cristal)
- 2/3 da lata de fubá
- 2 ovos
- 35g (1/3 pacote) de coco ralado
- 1 e 1/3 colheres de sopa (rasas) de fermento em pó.

Modo de Fazer:
É só colocar tudo dentro do liquidificador e bater bem. Particularmente, gosto de deixar o fermento de fora enquanto bato os demais ingredientes e acrescento-o no final, batendo na velocidade mais baixa do liquidificador apenas por alguns segundos.
Colocar a massa em uma forma untada (usei a Becel da tampa azul, que não tem lactose) e enfarinhada (usei o próprio fubá) e levar ao forno a uns 180°C por cerca de 35 a 50 minutos. O tempo depende muito do forno, então faça o teste inserindo um palito no bolo, se o mesmo sair limpo, está pronto!

Para finalizar, salpiquei coco ralado e um pouco de canela em pó por cima.

Espero que gostem!

=)

Atualização: A receita rende um bolo médio (minha assadeira tem uns 20x30cm).

terça-feira, 8 de abril de 2014

E pra começar...

Em um dos meus filmes favoritos (Moulin Rouge!), é citada uma frase que me marcou muito: “A coisa mais importante que você vai aprender é amar e ser amado em retribuição”. É algo muito bonito, não vou negar, mas no caso dos alimentos o negócio mesmo é seguir o conselho do Caetano Veloso¹ quando ele diz que “E pra começar, eu sou vou gostar de quem gosta de mim.”

Lactose e Glúten, eu os amei por muito tempo da minha vida, mas infelizmente vocês não me amam e é hora seguir em frente.


A analogia é brega, eu confesso, mas a verdade é que muitas vezes ficamos apegados a coisas que nos fazem mal, apenas por força do hábito.

Quem vai me dizer que nunca se apaixonou e ficou sofrendo enquanto o outro nem dava bola, ou pior, fazia algo que machucava? A dor só passa quando a gente desapega e segue em frente. O engraçado é que na maioria das vezes, logo descobrimos que há um mundo imenso de coisas boas à nossa espera no qual nós nem havíamos reparado por fixar nosso pensamento só na dor e no que não tínhamos.

No caso de restrições alimentares não é muito diferente. Nossos hábitos são construídos desde a infância e deixar de lado produtos que sempre consumimos pode ser bem doloroso e causar grandes mudanças, inclusive na nossa vida social. A boa notícia é que uma vez superado o impacto inicial, é possível descobrir uma vasta variedade de alimentos nunca antes explorados que podem ser tão gostosos quanto os que sempre comemos, e às vezes até mais!

E porque não aproveitar a reeducação forçada para não só excluir os itens “proibidos”, mas também conhecer os demais alimentos, diversificar a dieta e torna-la mais saudável? Qualquer pessoa, intolerante ou não, pode fazer isso, mas muitas vezes falta um bom incentivo.

Não estou de forma alguma dizendo que é um privilégio ser intolerante a qualquer alimento, mas uma coisa é certa: é uma oportunidade para rever os hábitos alimentares e a nossa saúde, de forma geral.

Além disso, a verdade é que algumas coisas que estão ao nosso alcance, e outras simplesmente não estão. Eu não posso mudar o fato de que passo mal com lactose e glúten*. Posso chorar, espernear, reclamar o quanto quiser e ainda assim vou passar mal quando comê-los. A escolha que tenho é entre continuar me sentindo mal para “me dar o luxo” de comer coisas as quais estou acostumada ou me reeducar para conseguir levar uma vida saudável. Dá trabalho sim, mas vale a pena! Até porque, no meu caso pelo menos, o “passar mal” é insustentável, as restrições impostas pelas reações são maiores do que as impostas pela restrição da lactose e do glúten* na minha alimentação.

Resumindo, o glúten e a lactose NÃO são a última bolachinha do pacote (embora provavelmente representem uns 90% dela =P)! Existem muitos alimentos gostosos sem essa dupla por aí...Então, enquanto eles não gostarem de mim, eu também não quero mais saber deles! E se, por acaso, um dia me quiserem de volta (será que isso irá acontecer?), ainda vou pensar cautelosamente no caso deles, bancando a difícil!


* Como já mencionei antes minha relação com o glúten é atualmente um pouco indefinida. Não estou consumindo-o por um tempo, mas ainda não sei se isso será permanente ou não.

Ah, e já chega de divagar, a próxima postagem será com a mão na massa porque o final de semana se aproxima e a cozinha me aguarda!

=)


¹ O compositor da música é Rossini Pinto, mas na minha cabeça só consigo imaginar a voz do Caetano, por isso considero que o conselho é dele.

Sem Lactose, Com Alegria



Olá amigos,

A intolerância a lactose é uma velha conhecida minha e há algum tempo venho pensando em compartilhar de maneira mais formal o que aprendi nesses anos de IL. Em vista de alguns acontecimentos recentes, decidi que já era hora de colocar essa ideia em prática e irei contar nesse blog minhas experiências sem lactose e também sem glúten (uma adição em relação ao plano original)!

Depois de mais de 5 anos da descoberta da minha intolerância a lactose e convivendo harmoniosamente com ela, recentemente voltei a passar muito mal sem nenhum motivo aparente. O primeiro instinto foi, obviamente, cortar as pequenas quantidades de lactose que eu ainda consumia esporadicamente (manteiga, leites com lactose reduzida, queijo parmesão para acompanhar massas, etc), mas infelizmente continuei passando muito mal mesmo depois de cortar 100% a lactose.

Percebi então que o glúten também não está me fazendo nada bem, embora não haja nenhum indicativo de doença celíaca ou alergia ao glúten nos meus exames. Dessa forma, ele ficará fora da minha dieta (100% fora ou muito reduzido) pelo menos por algum tempo.

Nesse período de incertezas sobre o gatilho dos meus sintomas, pesquisei bastante, testei receitas e provei vários novos produtos – o que pretendo continuar fazendo! Resolvi então finalmente criar o blog para compartilhar as coisas que aprendi desde o início da minha intolerância a lactose, passando por essa recente fase crítica de incerteza e também quaisquer novidades que o futuro pode trazer. E claro, para trocar informações com outras pessoas que passam por situações semelhantes ou que tem qualquer tipo de interesse sobre o assunto.

Minha relação com o glúten ainda é um pouco nebulosa, mas independente de qualquer resultado, não pretendo voltar a consumi-lo nas quantidades que consumia antes, de forma que o blog sempre terá dicas sobre esse tema.

O objetivo básico do blog é trazer receitas, dicas de produtos e informações diversas sobre a alimentação sem lactose e sem glúten. Algumas receitas e informações poderão ser voltadas especificamente para uma das duas coisas, mas tentarei sempre trazer novidades dos dois temas, além de sinalizar sempre que a postagem for interessante para quem possui outras restrições alimentares também (ovos, oleaginosas, soja, alergia a proteína do leite, etc).

Uma coisa importante e que ficou muito clara para mim é que a informação é a melhor amiga das alergias e intolerâncias alimentares. Por isso, se eu puder contribuir um pouquinho (como vários blogs e sites contribuíram para o meu aprendizado) com quem está buscando mais informações sobre a restrição de lactose e glúten e também continuar aprendendo através da troca de experiências, o "Sem Lactose, Com Alegria" terá seu propósito alcançado!

Bem-vindos ao mundo sem lactose e sem glúten.


Abraços! =)

Feiras Orgânicas - GRANDE VITÓRIA - ES

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